Vendem-se pulseiras  

A graça maravilhosa e a paz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo meu amado irmão! Finalmente chegou a hora de escrever sobre a continuação dos posts anteriores de evangelismo, que terminaram em uma quarta-feira. Depois desse dia, como disse, muitas coisas aconteceram (até temo que não lembre de tudo com detalhes), tantas que o tempo não era suficiente para que eu escrevesse aqui, mas agora chegou a hora, para a glória de Deus! Que o Senhor seja exaltado e engrandecido a partir desses posts sobre as coisas que Ele mesmo, pela Sua graça, fez.

O dia seguinte daquela quarta-feira começou tranquilo. Chegamos à tarde na praça e lá estavam o Vagner e o Eucimar, este fazendo mais pulseiras para vender. Eu já estava me divertindo bastante. O Vagner é muito, muito engraçado e as vezes fala coisas que a gente tem de morder a boca para não rir rsrs. Sentamos todos debaixo de uma árvore e ficamos conversando. Lá também havia várias pessoas que não tinham onde morar e estavam ficando no albergue. Havia um jovem chamado Richard, um rapaz de cabelos e olhos claros (bem arrumado, até, que depois descobri ter vindo de Santa Catarina por ter perdido sua casa) e um homem aparentemente com uns 60 anos que parecia se sentir muito honrado com a nossa presença, sentando assim no meio deles. Enquanto eu esperava o Eucimar terminar algumas pulseiras para que eu as vendesse para ele, sentavam perto de nós todos algumas poucas pessoas que também moravam na rua, um até estava vendendo aqueles sachezinhos de mel para arrecadar algum dinheiro.

Conforme o papo ia correndo, o homem velho (que eu disse que tinha aparência semelhante a 60 anos) sempre me dizia "Obrigado por você estar aqui" e estendia a mão. Ouvia bastante o que ele me dizia e ele parecia ficar bem honrado, como eu disse. Quando algumas pessoas que lá estavam começaram a dizer sobre a existência de muitas igrejas ladras (dirigidas por lobos em pele de cordeiros) que se preocupam só com o dinheiro esse homem disse a eles, com lágrimas, que parassem. Talvez ele pensou que eu pertencia a uma dessas igrejas e temia que eu me afastasse deles, o que não aconteceria de forma alguma, até mesmo por concordar que realmente existem muitas igrejas "Deus é lucro". Conforme esse homem pedia, chorando, que parassem também dizia "Habacuque!!! Habacuque!! Porque vocês não falam sobre Habacuque??" E falou algo sobre "Ainda que os campos não floresçam mais, hei de louvar ao Senhor." Percebi depois que ele falava sobre Habacuque 3:17e18 que diz:

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento, ainda que as ovelhas sejam exterminadas e nos currais não haja gado, todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação" Aleluia!

Depois sentou do meu lado e me disse várias coisas. A sede desse homem por ser um servo de Deus era imensa! Pegou logo uma bíblia e pediu pra que Deus falasse com Ele quando ele abrisse. Abriu e me entregou. Eu realmente fiquei maravilhado com o texto que foi aberto, que dizia:

"Pois estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Rm 8:38-39) Aleluia!!!

Aproveitei e apresentei o versículo que estava na mesma página, de Romanos 10:9, que dizia "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressucitou dentre os mortos, serás salvo" e também comentei sobre 2Co:5:21, dizendo que Deus tinha feito a Jesus pecado por cada um de nós para que nós fossemos feitos retidão de Deus e que isso era possível de acontecer na vida dele. Esse homem me perguntou, chorando, se existia mesmo transformação e eu deu a ele a melhor notícia que havia: Sim, existe. Depois ele pediu que eu orasse por ele para que fosse liberto dos seus vícios e depois ele fez uma oração a Deus aos prantos, que me vou me lembrar por muito tempo. Dizia:

"Deus, tu sabes que eu não presto! Tu sabes que eu não presto! Pai eu só te peço que o Senhor me conceda a graça de te servir! Eu quero a graça de te servir! Amém"

Depois disso esse homem pareceu sentir uma paz imensa e me abraçou com um sorriso e logo depois se foi.

Nesse meio tempo as pulseiras já estavam prontas, e fui vendê-las. Conforme ia tentando vender, evangelizava entregando alguns coraçõezinhos de origami com aquele recado de "Eu te amo. Ass. Jesus". Até levantei a barra da calsa para mostrar a pulseira que o Eucimar tinha me dado no nosso primeiro encontro. Segundo ele, eu era o seu garoto propaganda. O Vagner já dizia que eu era o funcionário dele, "trabalha, num recebe e se reclamar apanha" kkkkk. O Victor também tinha ido. Enquanto eu vendia as pulseiras ele conversava com os dois e fazia mais origamis de coração para entregar para as pessoas. O Vagner até chegou a escrever aquele recado de Jesus em alguns dos corações.



O tempo passou rápido e eu, com a minha lábia e com a graça de Deus, vendi 4 pulseiras a R$ 4.00. Era engraçado kkkk eu com essa de aprendiz de vendedor dei até algumas ratas tentando elaborar as estratégias. Uma hora virei para uma mulher e disse "Moça eu estava te observando e acho que a senhora com essa pulseira fica ainda mais bonita que a senhora é!" E a mulher disse "Não, não quero não!" em tom bravo e saiu andando pra lá. A mulher do lado até riu e eu e ela ficamos nos perguntando se ela pensava que eu queria era roubar a bolsa dela ou coisa parecida hehehe. Mais tarde até encontrei com ela de novo, pedi desculpas e entreguei um coraçãozinho. Não escrevi aqui, mas essas ratas acontecem. No dia em que fomos no hospital mesmo (post da etapa 2) uma mulher me disse uma coisa que me empolgou muito e mostrou o tanto que ela entendeu o que eu tinha dito, algo do tipo "E Deus ama a gente demais né, pra ter entregado o filho dEle inocente pra morrer no nosso lugar, né?" e acabei dizendo: "NOSSA, DEMAIS!! Vixi Maaaa...Jesus Vix Jesus!" e o povo riu hehe.

A tarde foi passando e quando já estava quase na hora de ir para o culto de oração de quinta encontrei aquele rapaz que me pediu que não deixasse ele dormir na rua (aquele do post anterior). Pedi desculpas a ele, que respondeu que não tinha mágoa alguma, nada, e que até tinham deixado ele dormir no alpendre de um lugar lá. Glória a Deus por isso. Depois seguimos eu, Victor, Eucimar e Vagner pasa esse culto de oração. O número de pessoas não foi grande mas o Espírito de Deus se fez presente de uma maneira muito maravilhosa e muitas pessoas foram batizadas no Espírito Santo e uma irmã nossa foi curada, quando oramos todos juntos por ela.

Depois do culto fomos levar os rapazes em casa. O Victor interou o dinheiro das pulseiras para comprar uma pizza para o Eucimar, a Marlene e os meninos e também comprou um sanduíche e um refri para o Vagner (depois vou até pedir para ele escrever um testemunho do que Deus trabalhou na vida dele nesse aspecto). Em seguida levamos o Eucimar ao lugar onde estava dormindo. Depois, no caminho para deixar o Vagner, já víamos o Senhor agir. O Victor chorava muito e perguntou para ele se ele atenderia a um pedido se ele o fizesse. O Vagner perguntou o que era e o Victor disse que era que ele jogasse a garrafinha de cachaça, que ele ainda tinha na bolsa, fora. O Vagner disse que ia era voltar no bar e pedir o dinheiro de volta, mas o Victor insistiu dizendo que daria para ele o dinheiro, se esse fosse o problema. O Vagner jogou fora imediatamente e nós chorávamos muito dentro do carro. Quando chegamos o Vagner nem aceitou o dinheiro da pinga quando o Victor perguntou o preço. A gente ouviu ele dizer que ia vencer na vida, que ia abandonar tudo isso e que Deus ia ajudar a ele se transformar completamente e ficamos muito feliz por isso. Oramos com ele e depois seguimos para nossas casas. Na sexta, a história continuou. A escreverei em outro post, para que se organize melhor.

Glórias ao todo poderoso Deus! Louvado e engrandecido seja o Seu nome para todo o sempre.

No amor de Cristo, o nosso amado Senhor, e na perseverança até o dia de Sua vinda,
SDJCRR.